sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Movimento sindical não vai resolver suas contradições através das redes sociais, avalia Woyciechowski

Com o objetivo de debater os recentes acontecimentos envolvendo o movimento sindical e o grito das ruas, o ex-presidente da CUT Celso Woyciechowski palestrou nesta sexta-feira (02/08) para um grupo de sindicalistas e militantes petistas. A atividade integrou mais uma edição dos almoços temáticos, promovidos semanalmente pelo PT municipal.

Recordando um texto publicado pelo jornalista Marco Weissheimer sobre os limites das redes sociais e a lição de Rosa Luxemburgo, Woyciechowski criticou a falta de debates sobre a conjuntura na atualidade, o oportunismo político e a proliferação desenfreada de opiniões sobre tudo e todos. “Isso nos leva a ter contradições e uma análise incorreta da situação”, avaliou, ao reforçar a importância do movimento sindical. “É riquíssimo, é extraordinário, inclusive, nas suas contradições e nos seus jogos de interesse”.

Sobre o Dia Nacional de Lutas, realizado no último dia 11 de julho, com manifestações em todo o Brasil, Woyciechowski disse que a iniciativa devolveu às ruas as bandeiras dos movimentos sociais. “Lula, Dilma e Tarso não estão atendendo às expectativas. Os grupos se juntaram porque não avançamos no mundo do trabalho. O fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas, a oposição ao PL 4330 (que amplia a terceirização da mão de obra, precarizando ainda mais as relações e as condições de trabalho) são questões que precisam avançar”, ressaltou.

No dia 13 de agosto, informou, os movimentos irão tomar o Congresso Nacional para evitar a votação do PL 4330. “A terceirização cria duas classes de trabalhadores: uma com direitos e outra sem”, repudiou, ao avaliar que o movimento sindical vive contradições, mas não vai resolvê-las através das redes sociais. “Não se faz construção teórica nas redes sociais, não se debate conjuntura ou elabora conceitos. As redes dialogam com o imediato. Trata-se de um oportunismo político, que junta a extrema direita com a extrema esquerda”, criticou.

Intervenções
Mara Feltes, da Fundação Gaúcha de Economia elogiou a elaboração dos almoços temáticos como espaços de debates dentro do partido e se comprometeu a participar das atividades futuras.

Outro militante a se posicionar foi Jorge Cruz, da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec). Pessimista com os rumos da política acredita que “o PT está desfigurado” e refém do sistema capitalista. “Milhares de pessoas começaram a consumir e gostaram do capitalismo (...) e essas pessoas tem expectativas, por que no momento em que começam a comer, querem e almejam mais. A questão agora é como iremos sair deste patamar de mediadores de conflitos sociais?”, indagou.

O presidente municipal do PT Adeli Sell informou que uma nova rodada de discussões sobre o tema será organizada no início de setembro. “Sabemos que esta questão é crucial para o partido, por isso iremos promover mais debates e rodas de discussões que tenham por objetivo valorizar a memória, o estudo e a perspectiva histórica, elaborando conceitos e acabando com os vazios que ainda existem entre nós”, afirmou.

A próxima atividade irá acontecer no dia 16 de agosto. Na pauta, a crise de identidade dos partidos, com o cientista político Ilton Freitas. Adesões podem ser feitas desde já pelo telefone 3211 4888.

Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA

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