quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Reivindicação é legal, mas não há dinheiro no momento, afirma secretário da Seduc durante almoço temático

Na foto: Adeli Sell, Jose Clovis de Azevedo e Maria Eulália Nascimento na sede do PT de Porto Alegre
O Centro de Eventos Iole Kunze ficou lotado nesta última quarta-feira (23/011), quando foi realizada mais uma edição do almoço temático, promovido quinzenalmente pelo PT de Porto Alegre. Pelo menos 80 pessoas compareceram à sede municipal para escutar o secretário estadual de Educação Prof. Dr. Jose Clovis de Azevedo e a Secretária-adjunta Maria Eulalia Nascimento. Na oportunidade, os dirigentes informaram sobre as ações do governo no que se refere à greve dos professores e explicaram as reformulações no Ensino Médio.

O Secretário abriu os debates expondo as medidas que estão sendo tomadas para sanar a greve da categoria. José Clovis fez um resgate das tratativas entre governo e professores e assegurou que a educação é prioridade no governo e para todos que ocupam funções de decisão sobre essa área, vital para a sociedade.

Cerca de 80 pessoas compareceram ao almoço
Lembrou que quando o PT assumiu o governo tinha a absoluta certeza de que não poderia pagar o piso no primeiro, nem no segundo ano. "O orçamento é completamente fechado na questão do reajuste salarial. Mesmo assim fizemos um esforço muito grande. O governador Tarso Genro chamou o Cpers em fevereiro e deu sinais de que teriam um tratamento diferenciado, de diálogo e respeito, garantindo não sairiam de mãos vazias daquele processo”, informou o secretário acrescentando que o Governo continua com o compromisso de pagar o piso.

“Reservamos R$ 500 milhões para repassar aos professores já no ano que vem e um bilhão e meio até 2014. A reivindicação é legal, é lei, mas não há dinheiro neste momento", sustentou.

A secretária-adjunta Maria Eulalia Nascimento mostrou-se preocupada com a deturpação das informações que estão circulando na mídia sobre a greve e a relação do governo com os professores. "É grave como governo e como partido. Trata-se de um rompimento ideológico e programático", disse ela, acrescentando que “greve salarial a gente supera, agora a essência do debate não. Essa vertente que está dizendo esta barbaridade é a mesma que foi contra o Prouni em nível nacional. É a mesma política e a mesma base teórica, embora incorporada em corpos diferentes”, atacou.

Reforma do Ensino Médio
Os dirigentes da Seduc também apresentaram aos presentes a proposta de reestruturação do ensino médio e da educação profissional. Segundo Jose Clovis de Azevedo, “a proposta não é nenhuma invenção nossa. É um compromisso histórico ter um ensino médio que trabalhe as questões da ciência, das tecnologias de cada área, das disciplinas, assumindo o conceito de politecnia”.

A secretária-adjunta completou dizendo que abrir mão da proposta de reestruturação do Ensino Médio é não dar sentido ao trabalho do grupo na Secretaria e no Governo. “Queremos mudar a realidade. Estamos discutindo uma preciosidade, ou será que queremos uma escola que separa o saber do fazer?”.

Da platéia vieram algumas críticas. A professora Sueli Mousquer lamentou a falta de democracia e de debate. “Não é essa a prática que eu espero do partido”, ao afirmar que a preocupação com a temática só ocorreu após a mídia assumir a pauta e tratar do assunto em nível estadual.

Segundo ela, a greve está fracassada. “O sentimento que sai de uma greve é muito pior para nossa construção democrática de uma sociedade que queremos. Não acredito que um calendário para 2014 irá satisfazer esse povo. Sentimento que fica é muito ruim. Debate está atrasado. A discussão sobre o método é mais importante que o conteúdo”, finalizou.

Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA

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